Monótonos Maçonicos
There is no such thing
as an Amhitarian Freemasonry. Sir William James
Hughan [casaca, luvas e cartola com forro de cachemira] pronunciou estas
palavras [não sem amargura] diante da Grande Loja de Londres hoje em 1899.
Para os maçons, a maçonaria começou
com certo Hiram em certo Oriente Médio [para os opositores, são ambos fictícios].
Para o orgulho amhitariano trata-se de genealogia falsa pois a maçonaria [não surpreendentemente]
teria começado no país. [Tal honra (considerada fantasiosa no resto do mundo) é
ainda hoje objeto de periódicas homenagens do governo e da oposição
guerrilheira].
Esse rumor trouxe o inglês coautor
do massudo A História da
Franco-maçonaria, o Rito Escocês Antigo e Aceito e a Real Ordem da Escócia.
Hughan descobriu que efetivamente havia lojas em Amhitar. E que elas muito
possivelmente não vinham de raiz europeia. No entanto a maçonaria se agrada nos
seus rituais [no mistério e nos compassos]. Quanto à maçonaria amhitariana,
nela não havia nada. Os irmãos se reuniam com a euforia de quem vai fazer exame
de sangue e com o mesmo misticismo de um almoxarifado de cartório. Quando se
enfileiraram para receber um copo d´água o inglês chegou a pensar em algum Rito Aquático. Mas é que estavam com
sede mesmo.
Concluiu que a banalidade é inimiga dos Irmãos, e pronunciou o discurso que transformou
a Ordem amhitariana em pária entre as Lojas do mundo, o discurso que
[inexplicavelmente] entrou na lista de comemorações do país.