quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

02 de Janeiro

Volta da Expedição de Sayyd Umarkhan


No ducentésimo segundo ano da Hégira retornaram pelo portão da desolada estrada do Nor-Noroeste os restos da expedição do até então considerado sábio Sayyd Maruf Umarkhan. Mesmo com a vilania que dominava o Reino naquele tempo – quem o diz é o cronista Al-Wazahari Nilufar, tio do historiador – o espetáculo logo deixou de provocar risos para trazer pena. Dos 333 homens (o número 3 era uma das obsessões do Xeque), só restaram quatro, e em trapos: três enlouquecidos e o próprio Sayyd.

Contou este (e ninguém acreditou) que além do octoedro número 4872 havia 99 desertos, e depois deles, um reino de prata, ouro e ferozes guerreiras. As mulheres guerreavam, cuidavam dos negócios da guerra e do comércio e ensinavam as meninas a serem futuras guerreiras. As guerreiras reprimiram (diziam) antigos levantes por parte dos homens , não sem grande mortandade para os mesmos, que agora se conformavam com sua condição. Os homens poliam armaduras, lavavam panos e cozinhavam o trigo moído, e garantiam a reprodução e o prazer. Bordéis masculinos pipocavam, não sem algum escândalo e consequente segredo.

Poucos acreditaram na história do ex-considerado sábio. Tendo levado 333 chicotadas por faltar com a verdade para os filhos da verdadeira fé, terminou seus dias não sem desonra, contando sua história para o riso alheio e fazendo espetáculos de loucura com seus infelizes companheiros – o que conseguia sem dificuldade, já que eram  realmente loucos.

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