No ducentésimo segundo ano da Hégira retornaram pelo portão
da desolada estrada do Nor-Noroeste os restos da expedição do até então
considerado sábio Sayyd Maruf Umarkhan. Mesmo com a vilania que dominava o
Reino naquele tempo – quem o diz é o cronista Al-Wazahari Nilufar, tio do
historiador – o espetáculo logo deixou de provocar risos para trazer pena. Dos
333 homens (o número 3 era uma das obsessões do Xeque), só restaram quatro, e
em trapos: três enlouquecidos e o próprio Sayyd.
Contou este (e ninguém acreditou) que além do octoedro
número 4872 havia 99 desertos, e depois deles, um reino de prata, ouro e ferozes
guerreiras. As mulheres guerreavam, cuidavam dos negócios da guerra e do
comércio e ensinavam as meninas a serem futuras guerreiras. As guerreiras
reprimiram (diziam) antigos levantes por parte dos homens , não sem grande
mortandade para os mesmos, que agora se conformavam com sua condição. Os homens
poliam armaduras, lavavam panos e cozinhavam o trigo moído, e garantiam a
reprodução e o prazer. Bordéis masculinos pipocavam, não sem algum escândalo e
consequente segredo.
Poucos acreditaram na história do ex-considerado sábio. Tendo
levado 333 chicotadas por faltar com a verdade para os filhos da verdadeira fé,
terminou seus dias não sem desonra, contando sua história para o riso alheio e
fazendo espetáculos de loucura com seus infelizes companheiros – o que conseguia
sem dificuldade, já que eram realmente
loucos.
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