A versão tradicional dizia que os Tártaros conquistaram
Amhitar no dia sete de julho (o mês sete), galgando sete muralhas de argila, às
sete horas e sete minutos no ano 77 da Hégira, matando sete mil inimigos e
empilhando as sete mil caveiras em sete colunas de fogo. O historiador romântico
Dilafruz Michelet [na verdade é pseudônimo] remexendo pergaminhos mofados concluiu
que essa versão é tão ridícula quanto a boba repetição do numeral sete e a mistura
do calendário cristão (julho) com o muçulmano (Hégira).
O acervo do cronista Abdul Al-Wazahari [redescoberto por
Dilafruz] colocou o problema de excesso de documentos: constam as versões que os
Tártaros invadiram no dia dezoito de novembro, às 15 horas; que utilizaram pombos
correio para se comunicar; que Átila em pessoa subira as muralhas sem usar as mãos
[versão particularmente tola porque Átila não era tártaro]; sem falar das datas
de três de fevereiro, quinze de agosto e catorze de novembro, todas no improvável
horário da meia noite; além da inevitável versão de que Amhitar repelira seus
inimigos, e de uma última de que os inimigos não se interessaram por conquistar
um lugar insignificante como Amhitar, e a nunca a invasão aconteceu.
O Governador Konstantin Petrovich von Kaufmann em 1869 impôs
a versão de hoje, e como os russos mandavam, essa tornou-se oficial. Dizem que
era simplesmente o aniversário de sua mãe. [Da conquista russa, ao menos dessa
ninguém duvidava.]
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