Em 1917 aconteceu já no calendário Juliano o estalo de gênio
que inspirou o Marquês Houdetot de Saint Lambert a traduzir a inscrição de Houssnida
Abdumalik encontrada na quinta caverna do primeiro octaedro (e esse número
baixo não passou despercebido aos estudiosos). Desprezando as versões que
atribuíam o escrito a uma versão proto-altaica do guarani ou a uma civilização
extraterrestre conhecida como Katikons
ou Saathicoons, conforme a versão, o sábio
da cidade de Annecy simplesmente a
considerou uma versão da língua francesa recopiada três vezes em espelhos convexos. A inscrição se resumia à
frase
Os tempos eram
mudados; mas eu permanecia o mesmo
(Les temps étaient changés; mais j´étais
demeuré le même).
Essa solução simples não deveria ter senão aumentado o prestígio
de seu autor se Saint Lambert não argumentasse que ela se encontra no livro X das
Confissões de Jean-Jacques Rousseau.
E que os poucos incidentes na vida de Houssnida Abdumalik, além de certas
repetições em seu nome (“ou” e “ss”) permitiam concluir que Houssnida era na verdade
Rousseau.
Tal versão foi considerada folclórica até que Houdetot de Saint
Lambert se voluntariou ao exército francês e morreu a vinte passos do Forte do
Homem Morto na retomada de Verdun. Espiritualistas consideraram então que Houdetot
era a reencarnação de Rousseau e de Houssnida. Isso, é claro, apenas acrescentou
à risibilidade de todo o episódio.
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