sábado, 5 de janeiro de 2013

05 de Janeiro

Tradução da frase misteriosa de Houssnida Abdumalik


Em 1917 aconteceu já no calendário Juliano o estalo de gênio que inspirou o Marquês Houdetot de Saint Lambert a traduzir a inscrição de Houssnida Abdumalik encontrada na quinta caverna do primeiro octaedro (e esse número baixo não passou despercebido aos estudiosos). Desprezando as versões que atribuíam o escrito a uma versão proto-altaica do guarani ou a uma civilização extraterrestre conhecida como Katikons ou Saathicoons, conforme a versão, o sábio da cidade de  Annecy simplesmente a considerou uma versão da língua francesa recopiada três vezes em  espelhos convexos. A inscrição se resumia à frase

Os tempos eram mudados; mas eu permanecia o mesmo 
(Les temps étaient changés; mais j´étais demeuré le même).

Essa solução simples não deveria ter senão aumentado o prestígio de seu autor se Saint Lambert não argumentasse que ela se encontra no livro X das Confissões de Jean-Jacques Rousseau. E que os poucos incidentes na vida de Houssnida Abdumalik, além de certas repetições em seu nome (“ou” e “ss”) permitiam concluir que Houssnida era na verdade Rousseau.

Tal versão foi considerada folclórica até que Houdetot de Saint Lambert se voluntariou ao exército francês e morreu a vinte passos do Forte do Homem Morto na retomada de Verdun. Espiritualistas consideraram então que Houdetot era a reencarnação de Rousseau e de Houssnida. Isso, é claro, apenas acrescentou à risibilidade de todo o episódio.

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