sábado, 13 de abril de 2013

13 de Abril

As Águas existentes talvez


As três fontes de água subterrânea [melhor dizendo, três poços] do septuagésimo-sétimo platô desértico de Qyzylorda secaram no dia 13 de abril de 888 d.C. às dezenove horas e cinquenta e nove minutos e tal exatidão por todos os padrões excessiva pouco tem feito para dar credibilidade a esta versão. [Seu autor é surpreendentemente o prático pensador Iusya Marzhaffar, apoiado meio século depois pelo ateu militante Serguei Kovinev.]

Ambos objetivavam se contrapor a uma versão [por eles apodada de fantasiosa] com origem em meia página de papiro deixada pelo Monge Gelasiminius e que afirmava que As águas vindas do centro da Terra seriam sete, como são sete os santíssimos sacramentos, e que tais águas teriam secado, por obra de Belzebu e dos seus Quinze Anjos Mais Caídos, e assim permanecerão até a volta do Bem-Aventurado.

A Escola Romântica abraçou a história do bom Monge, apenas corrigindo um [para eles] excessivo pietismo, e atribuiu o fim das fontes a sete guerras causadas por amores frustrados de sete príncipes dos sete feudos do Norte.

Uma escavação para o terceiro ramal da Ferrovia Trans-Turquestão em 1939 descobriu que os poços seriam apenas dois [um número absolutamente sem mística], e pesquisas em  laboratório disseram que nem nos tempos antigos a água seria isenta de um excesso de ferro que a tornaria salobra. Como todos os objetivismos que acabam com os velhos sonhos, esse também foi desprezado e a data continua a ser celebrada hoje.

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