As escavações que o SemiSultão
Dhoxrux ordenou na santa cidadela de Moynaq deram em fracasso – Como tudo no reino do SemiSultão [Dilafruz Michelet pronunciou tal frase não
carente de veneno.]
Não um fracasso no sentido clássico.
O trabalho arqueológico escavocou sete séculos de poeira e debaixo dela tijolos
e arcos de pedra se materializaram. Os responsáveis convidaram o potentado [seu
harém e suas liteiras] para a [quase re] inauguração.
Já se pusera a caminho quando os responsáveis
gelaram: nem luxuosos palácios nem pios mosteiros, suas escavações revelavam um
conjunto de esgotos [ligados por encanamentos de chumbo a sete latrinas, estas
admiravelmente preservadas].
Dez séculos de admiração popular
construíram Moynaq como uma cidade de santos, cujo abandono não se deveu a
guerra ou avanço do deserto mas a que todos os seus imortais componentes subiram
ao Céu. A descoberta ameaçava se não a veracidade ao menos a nobreza de tais
crenças.
Os escavadores temeram a prisão
ou o cutelo, e mais de um fugiu espavorido no deserto.
O SemiSultão porém no dia marcado
[de hoje em 1863] preferiu refrescar-se em sua tenda listrada com treze de suas
concubinas, e pouca atenção prestou à arqueologia. Restou o debate teológico,
se santos imortais também fazem dejetos, e se continuam a fazê-los no Céu. Este
ainda não chegou a termo.
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