Durante muito tempo [para maior
exatidão, desde que a Universidade de Delhi publicou nesta data em 1962 (contra
as expressas reclamações do Partido) o pequeno (e perseguidíssimo) ensaio Do Tempo e seus Versos da poetisa e crítica
literária Florida Shuhrat] que a sabedoria convencional afirma que, de 652 a
654 D.C. floresceu uma escola literária no baixo curso do Amur-Daria e que tal
escola seria um alerta.
Alerta de desastre: a escola Amuriana [como ficou conhecida] plenifica-se
de aventuras de cavalheiros e de damas e de poemas em meio a árvores de troncos
mais grossos que muralhas, planícies encharcadas de riachos e de colinas
cobertas de arbustos mais altos que casas. Como hoje a região não produz grama
suficiente para alimentar uma vaca, a conclusão é óbvia: houve um desastre ecológico
– um severo aviso para a Humanidade.
O deslizamento de um aterro na
velha Ferrovia Trans-Turquestão em 1989 expôs um cilindro contendo sete papiros
numa versão do terceiro dialeto Bhakhmar que revelou ser a literatura amuriana uma farsa: três mullahs e dois
diáconos Khazyr a teriam produzido
bem mais tarde [em 1721] para matar o tédio [e evitar as perigosas disputas
teológicas]. Não só as tramas mas principalmente o ambiente luxuriante seria
falso.
Tal nova versão [nem um pouco unânime],
foi contestada em duas dissertações na Universidade [traidora] de Tashkent, segundo
as quais a literatura amuriana é real – falso e [pretensamente] cômico é o tal
cilindro.
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