O falso-vero
No dia 21 de agosto de 1920 Leon Davidovich
Trotsky declarou encerrada a etapa feudal
e começada a Primavera Socialista em Amhitar. [Tal fato (não sem contestação
de muitos) se celebra nestas Efemérides, na data]. No dia seguinte, o cabelo desalinhado,
a barbicha e o Pince-nez invadiram em
moda as cabeças um terço dos jovens do país. [O Povo (não sem maldade) os
chamava de Trostsquinhos]. No outro dia
os trostsquinhos começaram a perseguição aos nobres; a quem pensavam que era
nobre; a quem algum dia desejara ser nobre; e a quem pensara que algum talvez
algum dia tivesse a veleidade do desejo de o ser].
Nesse contexto [não isento de
medo] um homem começou a circular pelas ruas. Vestido de fraque [um pouco puído,
vá] e uma cartola de segunda mão o Conde Von
Bismarck de Chateaubriand e Vicenza [era assim que ordenava que o
chamassem] sentava-se à mesa com os temidos militantes, exigia charutos e vinho
e previsivelmente se dizia herdeiro da nobreza de três países. Os rapazes [não
sem gargalhadas] lhe davam tudo. Sua ordem de fuzilamento [dizem] foi rasgada
pelo próprio Trotsky, que teria dito que A
Revolução não executa doidinhos.
Só depois de seguro no seu
falecimento [hoje em 1962] se soube que o Conde
era conde mesmo [não com tantos sobrenomes reluzentes, mas conde]. E adotou a
estratégia de assumir uma verdade inverossímil, tanto que os outros a consideraram
mentira. Só então se entendeu o que dizia [entre os militantes] que A mentira tem o seu apelo.
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