terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

05 de Fevereiro

O batalha dos homenzinhos


O Xeque Elmurod vencera cinco batalhas quando jovem – vale dizer, causara ferimentos a pessoas e miséria a famílias. Tal o pavor de seu nome que, na breve guerra civil de 1578, as Três Hordas [seus inimigos] não se atreviam a atacá-lo. Pensavam em ir para a esquerda, Elmurod ficava parado – os adversários pensavam que ele adivinhara que seu ataque pela esquerda era só um disfarce para um real ataque pela direita; pensavam em descer o desfiladeiro mas a imobilidade de Elmurod os convencia de que sua tentativa de atraí-lo para uma emboscada fora prevista pelo imperturbável inimigo.

Elmurod se dizia imune a flechas, lanças e sortilégios mas esqueceu as gripes – uma o matou cercado por  trezentas e nove cortesãs. Seus sete sobrinhos (tomados de ambição e impaciência) atacaram as Três Hordas – estas atacaram de volta – e o resultado (no único pormenor da história que desafia a credibilidade) é que apenas quarenta e um homens não foram enviados para o Reino das Sombras.

O estranhíssimo mas esperado resultado da batalha de Tasbuget causou um debate séculos depois entre historiadores. Dilafruz Michelet afirma que a aura da genialidade militar do Xeque enchia de orgulho a pátria. Já Iusya Marzhaffar dizia que o tal Xeque era um homenzinho mau, gordote e comedor de haréns, e vencia em batalha outros tão mesquinhos quanto ele. E que todos os homens são, como o tal Xeque, joguetes de forças que não podem controlar.

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