O verbete surpreendentemente sóbrio
da Enciclopédia do Turquestão atribui essa data a um opúsculo anônimo [na
verdade três lâminas de pergaminho] aparecidas [segundo a tradição] hoje em
1611. O Sul, o Leste e Oeste possuíam
fronteiras marcadas por pontes, quartéis e portos. Sabia-se, com maior ou menor
certeza, quem habitava além da fronteira, que eram homens iguais [embora as
guerras às vezes os levassem a matá-los].
O Norte de Amhitar se abria em um
deserto [e hoje ainda o faz]. Sete reis e emires por sete vezes tentaram abrir
sete estradas, e em pouco tempo quase tudo de seus leitos se esfarelou em
areia, permanecendo apenas os seis quilômetros iniciais. [Essa assimetria do último
número fez respirar aliviado o materialista Serguei Kovinev, que temia
interpretações místicas para os números sete. Elas existem.]
Os observadores dos fortes
extremos sempre escrutinaram a planura, antes a olho nu, depois com lunetas. Embora
os céticos tudo atribuam à luz e ao vento, poder-se-ia fazer coletâneas [e elas
foram feitas] de testemunhos de guardas que viram [de dia e de noite] monstros
de mãos de três dedos, ou enormes mães chamando os filhos no céu, ou vozes
agudas como lâminas berrando a data da morte de quem ouvia. Desgraçadamente
para as interpretações materialistas, as tropas soviéticas vieram do deserto em
um dia sete e instauraram sete julgamentos de traidores do povo, aumentando
[involuntariamente] a mística do deserto.
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