Nove expedições desceram o rio Syr-Daria
[este é o número da tradição, assinalado também na enciclopédia da Academia Soviético-Proletária da Ásia
Central; o monge Gelasiminius duvida de duas, diminuindo o número para sete;
Abdul Al-Wazahari – a quem o assunto visivelmente desagrada – diz que não houve
nenhuma, embora – é claro – todos esses cronistas escrevam em épocas
diferentes.]
Afirma o monge que a primeira expedição
[à qual a tradição turcomana atribui a data inicial de 16 de Sha´ban, ou 19 de
fevereiro] se compunha de barbados idosos, decididos a não morrer antes de
cometer um feito heroico e nisso foram satisfeitos, pois as corredeiras do ramo
montanhoso afogaram todos menos um. Agrega o prudente eclesiástico que sua versão,
por ser de um só, é menos que confiável. A Academia diz que não havia
corredeiras, os exploradores eram jovens, apenas três morreram de malária e o
resto de velhice. Acrescenta que esta é apenas uma das variantes quanto à
geografia do rio. Em uma, o rio tem sete cachoeiras, uma a tocar o céu, e as exploradoras
eram mulheres. Noutra, o rio é plano e atravessa um deserto de pedras e outro
de areia, e silencia quanto aos marinheiros.
Al-Wazahari pretende resolver a
questão. Syr-Daria é apenas um nome [eventualmente conferido a um rio específico].
Mas, naquela época, desde riachinhos até golfos recebiam esse nome. Por isso
todas essas histórias podem ser ao mesmo tempo verdadeiras, e portanto nenhuma
o ser.
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