Mágicos
planos
A
obtenção de um entendimento [atingido não sem impasses e
discordância] entre as partes interessadas sobre um programa de
melhorias para o vale principal do Qyzylorda tem sido considerado o
Dia do Planejamento Econômico de Amhitar.
Decretou-o [de maneira bem próxima do surrealismo] a Comissão
Central de Planificação na
data de hoje em 1935 mas o fato celebrado ocorreu uns nove [ou
novecentos] séculos antes: tratou-se do Banquete entre as
bruxas, ou Como os
sete Espíritos Maus chegaram a um acordo.
Segundo a lenda [que depois do decreto da Comissão não pôde ser
mais assim considerada] as sete bruxas que viviam neste vale
desértico [mesmo sendo bruxas e portanto amantes da feiura]
consideraram que tudo tem limite, mesmo a desolação. Além disso o
vale [para seus propósitos bruxedísticos] tornara-se de pouca
praticidade: castelos demolidos, dragões esqueléticos, raquíticas
teias de aranha além de uma persistente carência de sapos.
Sentaram-se à volta do caldeirão e determinaram um programa de
fomento a novos calabouços, poções mágicas, encantamentos de
moças belas além dos inevitáveis espelhos. [Tudo terminou com um
belo príncipe libertando um aranzel de moças encantadas e
aprisionando os maus espíritos em uma masmorra depois da milionésima
ilha, mas essa é outra história].
Como a sóbria [e ateia] Comissão concordou com isso é história
outra. A ideia de que isso só se explica por um encantamento de
bruxas tem sido repelida não sem indignação.
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