domingo, 16 de junho de 2013

16 de Junho

Apotegmas dos dois Burton

Richard Burton [dezessete dos seus biógrafos são acordes a respeito] cruzou o rio Amur-Daria hoje em 1854. Os escritores patrióticos de Amhitar [com tanta soberba quanto subserviência] não deixam de se orgulhar da visita do [futuro] célebre viajante e linguista ao território nacional. As críticas que se fazem [e que compreensivelmente se refletem na baixa divulgação desta data] se prendem a que, em vez de traduzir velhas sagas escritas em línguas incompreensíveis para o inglês [como fez na Arábia com As Mil e Uma Noites], ele só citou Amhitar [e nem mesmo com seu nome correto] nos manuscritos nos quais se orgulha de ter seduzido mil mulheres em todo o mundo. O capítulo amhitariano [cuja utilidade é discutível] refere-se ao momentoso assunto A firmeza dos seios das moças da beira do lago Balkash.

Richard Burton [vinte e sete dos seus biógrafos são acordes a respeito] desceu pelo aeroporto de Shamekhaant hoje em 1971. Os dezenove uísques que tomou a bordo do voo da Aeroflot Centro-Asiática o convenceram de que ele era Marco Antônio e ele bradou (movendo uma túnica romana inexistente) onde estava Cleópatra [ou sua ex e futura esposa Elizabeth Taylor]. Não deixou de contribuir para o aumento do nível do rio Syr-Daria deixando lá uma parte do álcool ingerido. A Comissão de Cinema decepcionou-se ao esperar uma declaração simpática ao final e ouvir apenas um Vou me casar de novo com Elizabeth Taylor, dito com um bafo pouco suportável.

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