Richard Burton [dezessete dos
seus biógrafos são acordes a respeito] cruzou o rio Amur-Daria hoje em 1854. Os
escritores patrióticos de Amhitar [com tanta soberba quanto subserviência] não
deixam de se orgulhar da visita do [futuro] célebre viajante e linguista ao
território nacional. As críticas que se fazem [e que compreensivelmente se
refletem na baixa divulgação desta data] se prendem a que, em vez de traduzir
velhas sagas escritas em línguas incompreensíveis para o inglês [como fez na Arábia
com As Mil e Uma Noites], ele só
citou Amhitar [e nem mesmo com seu nome correto] nos manuscritos nos quais se
orgulha de ter seduzido mil mulheres em todo o mundo. O capítulo amhitariano [cuja
utilidade é discutível] refere-se ao momentoso assunto A firmeza dos seios das moças da beira do lago Balkash.
Richard Burton [vinte e sete dos
seus biógrafos são acordes a respeito] desceu pelo aeroporto de Shamekhaant hoje
em 1971. Os dezenove uísques que tomou a bordo do voo da Aeroflot Centro-Asiática o convenceram de que ele era Marco Antônio
e ele bradou (movendo uma túnica romana inexistente) onde estava Cleópatra [ou
sua ex e futura esposa Elizabeth Taylor]. Não deixou de contribuir para o
aumento do nível do rio Syr-Daria deixando lá uma parte do álcool ingerido. A
Comissão de Cinema decepcionou-se ao esperar uma declaração simpática ao final
e ouvir apenas um Vou me casar de novo
com Elizabeth Taylor, dito com um bafo pouco suportável.
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