quarta-feira, 12 de junho de 2013

12 de Junho

O dia das pedras a cair

A Arquitetura em Amhitar começou tão pretensiosa quanto o país – e esta acusação [tão difundida quanto injusta] teve origem entre os Kazaks, em um livro [também pouco modestamente denominado] Um Quadro Completo do Estado Arquitetural Amhitariano, com um juízo sobre sua qualidade, publicado na antipática cidade de Alma-Ata em 1921.

Tal obra [de autoria coletiva e anônima] atribui importância [talvez excessiva] a Odina Rashid, por eles considerado o primeiro no país a construir algo mais que buracos no chão. [Ao contrário do que geralmente sucede, a existência deste personagem é disputada pelos patriotas e afirmada pelos estrangeiros].

Segundo o livro, o toque inicial da arte da construção em Amhitar tem ressonâncias tanto cômicas quanto bíblicas, pois Odina pretendia chegar à lua com sua torre de pedra [forçoso dizer que a narrativa judaica (talvez mais modesta) só se refere ao Céu]. Papiros [sempre citados mas nunca submetidos a análise] revelariam as trapalhadas de tal empreendimento.

Depois de mil e um dias [e a simetria deste número não deixa de levantar suspeitas] o esforço de 9.999 pedreiros só conseguiu erguer uma pedra horizontal sobre duas verticais [pedras gigantes, bem entendido] as quais a lei da gravidade não demorou a fazer tombar, num dia que sem razão aparente é apresentado como hoje.

A ditadura do general Chavkat quis considerar tal fato positivo, pois a pretensão seria apanágio dos fortes. Tal ideia não teve seguimento.

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