Sobre a moeda de Amhitar [o
Amhit] pairam discussões que primam por sua radical inutilidade [a (previsível)
opinião é do geógrafo Serguei Kovinev, que valorizava (dizia) a objetividade até
quando bebia água]. Uma escavação hoje em 1897 para a troca de dormentes na
Ferrovia Trans-Turquestão ocasionou a descoberta dos únicos treze exemplares
conhecidos de tal raridade numismática [existindo 337 outros, porém com fortes
suspeitas de falsificação].
Datações de Carbono 14 [confirmadas
na Universidade de Delhi em 1968] colocam tais moedas entre 350 e 499 d.C., o
que faria delas as únicas da época a não terem efígie, nem de rei, nem príncipe.
A maior e mais tola discussão [de novo é Kovinev quem o afirma] se refere à
questão se o [hoje esquecido] potentado que ordenou sua cunhagem era tão feio
que não queria ser representado, ou se usava um véu por alguma razão religiosa
para não ser contemplado por seus súditos. [O Amhit é moeda tão valiosa quanto monótona
– não passa de um disco mal feito com toscos enfeites na borda].
Impaciente com tais especulações,
a Academia Soviético-Proletária da Ásia
Central [em um momento de (raro) bom humor] publicou número especial em
outubro de 1939 afirmando que o Xamã da época era cego e decretou que, se ele não
podia ver a beleza de sua moeda, ninguém também poderia. [Curiosamente uma
metade de pergaminho (datada do ano 599) descoberta pouco depois em um pagode
budista em Jacarta parece confirmar tal hipótese].
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