quarta-feira, 26 de junho de 2013

26 de junho

Os nomes da capital

O herói Donyhor al-Temurbek [ou um de seus 999 avatares] [inevitavelmente] fundou a capital amhitariana de Shamerkhaent. [A própria cidade (de maneira previsível) também foi fundada 999 vezes ou 1.007, de acordo com certas correntes que atribuem este tanto de vidas ao grande homem].  Muito menos explicável [e neste caso o sempre-retornante Temurbek parece ter pouco a ver] é a existência de sete mil nomes para a cidade sagrada dos amhitarianos [já que a corrente que afirmava a existência de apenas 999 foi rejeitada como primando mais pela simetria patriótica que pelo amor à verdade].

Poucos são os amhitarianos que escrevem o nome de sua capital da mesma maneira – as grafias variam desde Szhhhmkhhtt [um improvável nome feito apenas de consoantes] a um quase polinésio Shmarkoa-Shmarkoa, além de um que principia por Shlivizkiliaaarrr... e se estende por 73 caracteres, além de um [pouco surpreendente] nome de sete mil letras, o qual [grande demais para ser usado na vida diária] é frequente em cerimônias iniciáticas de subsseitas que se dizem sucessoras da antiga religião Khazyr.

As razões dessa diversidade [ou confusão, segundo alguns] se prendem a uma riqueza da cidade e da língua, com a última refletindo os múltiplos aspectos da primeira. Outra corrente afirma que é preguiça mesmo – o tempo passou, ninguém regulou o nome oficial e o que era desleixo tornou-se tradição. Compreensivelmente os adeptos desta tendência preferem o anonimato.

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