O matemático Bahodir
Charos [idade avançada mas cara lisa de menino] estabeleceu a terceira [e
definitiva] contestação: os Octaedros não o seriam, mas Hexágonos [a óbvia
constatação de que superfícies oitavadas não cobrem por si sós uma superfície
plana foi inexplicavelmente desprezada por não poucos séculos].
Os deuses dinamitaram Amhitar inteira
e depois a soldaram em pedacinhos oitavados – é a história dessas [estranhíssimas]
divisões territoriais. [Na qual não acredita nem mesmo quem a conta].
A inverossimilhança vem de três
fontes. Primeiro, não foram deuses – e sim um balofo Xamã que ordenou a tal
partição. Segundo [e geograficamente mais significativo], os Octaedros não cobrem
o país– só os platôs do Norte. Principiam depois dos 99 desertos além do rio
Syr Darya, entre os planaltos de Qyzylorda e as margens do Lago Balkash. [Essas
suas fronteiras tradicionais não deixam de ser cada uma delas sujeita a debates,
especialmente políticos – os Octaedros formariam o lixão do mundo - gigantes,
pigmeus, dragões e bárbaros lá habitariam]. [Desnecessário dizer que Vou te levar para os Octaedros é a maior
ameaça de babás a crianças levadas].
Por esta heresia o SemiSultão
Dhoxrux fez Bahodir caminhar para o exílio na data de hoje em 1850. No deserto o
matemático desenhava teoremas na areia. Dizem que demonstrou que a verdade sempre
prevalece – mas essa história pode ser demasiado romântica para ser real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário