sexta-feira, 15 de novembro de 2013

15 de Novembro

A Cidade esquecida

Khatlon, a Melancólica não o era – ao menos segundo o subsetor antropológico da Academia de Ciências de Amhitar que descobriu seus [surpreendentemente coloridos] resquícios hoje em 1960. Embora a primeira edição da enciclopédia para crianças Maravilhas da Cultura de Nossa Pátria enfatizasse o aspecto jovial da cidade da primeira biblioteca do país, revisões posteriores a retratavam poeirenta, com os habitantes enxugando as lágrimas da monotonia [a tola metáfora é da enciclopédia] nos [poucos] lenços de algodão marrom. [Tal enciclopédia é festejada (embora com duvidoso mérito, dizem) a 12 de agosto nestas Efemérides].

Uma visão revisionista [elas sempre existem] saída em nota sem crédito de autor na terceira página da ressuscitada Gazeta de Amhitar no primeiro dia de 1991 afirmou que um mal-entendido [ou má-intenção] atribuiu à velha urbe uma renitente fama de down. Segundo a nota, a turma que não se interessa por estudo [esta existiu, nos séculos XXI, XX, XIII, Zero e sempre] quis [de maneira sutil mas nem por isso menos efetiva] vingar-se de uma cidade cuja diversão eram as páginas emboloradas de volumes [na verdade os livros de Khatlon eram quase todos rolos de pergaminho, mas You got the idea].

A vingança [embora torpe] funcionou, e as companhias de turismo [ansiosas em oferecer excursões até para a segunda maior bola de fio dental do mundo] não oferecem nenhuma para Khatlon, alegando [sem base científica] que a melancolia é contagiosa.

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