sexta-feira, 1 de novembro de 2013

01 de Novembro

O primeiro Bogart

Quanto à versão hard de que Humphrey DeForest Bogart havia nascido em Amhitar, os desmancha-prazeres de sempre trataram de desmanchá-la em pouco. [Tal história aparecera a primeiro de novembro de 1957 em cinco colunas da Gazeta de Amhitar]. Restou a versão light, de que o tipo durão tirara seu aspecto de outro, este um amhitariano que vivera [se é que trabalhar numa delegacia amhitariana dos anos 1920 é viver] na capital Shmaerkhaant.

Não que o país carecesse de detetives [os nomes de Sioran Munisa, Munisa Gulshoda, Shohista Sardor e Sorakh Jalol constam até nessas Efemérides]. O que diferencia a Lamka Stephen [o homem que presumivelmente inspirou Bogart], além de seu sobrenome surpreendentemente ocidentalizado, é o casaco, o pito na boca e nem tanto a capacidade de se meter com cafetões, louras com calibres 22 na bolsa e contrabandistas de tabaco, mas de se meter com eles e sair vivo [além, é claro, das estadias de praxe no hospital].

Outra diferença é que, ao contrário de seus antecessores amhitarianos [e também da quase totalidade dos personagens do seu discípulo Bogart] Lamka é um home da máquina – pertence ao Corpo Policial e passa metade do seu tempo sofrendo a incompetência do mesmo [além das traições costumeiras das tais louras].

Puxando uma baforada, mais para o final de O Falcão Maltês, Bogart teria dito se eu não fosse eu, seria Lamka Stephen. A cena foi retirada por pura birra contra o país, dizem os patriotas.

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