Quanto à versão hard de que Humphrey DeForest Bogart havia
nascido em Amhitar, os desmancha-prazeres de sempre trataram de desmanchá-la em
pouco. [Tal história aparecera a primeiro de novembro de 1957 em cinco colunas
da Gazeta de Amhitar]. Restou a versão
light, de que o tipo durão tirara seu
aspecto de outro, este um amhitariano que vivera [se é que trabalhar numa
delegacia amhitariana dos anos 1920 é viver] na capital Shmaerkhaant.
Não que o país carecesse de
detetives [os nomes de Sioran Munisa, Munisa Gulshoda, Shohista Sardor e Sorakh
Jalol constam até nessas Efemérides]. O que diferencia a Lamka Stephen [o homem
que presumivelmente inspirou Bogart], além de seu sobrenome surpreendentemente
ocidentalizado, é o casaco, o pito na boca e nem tanto a capacidade de se meter
com cafetões, louras com calibres 22 na bolsa e contrabandistas de tabaco, mas
de se meter com eles e sair vivo [além, é claro, das estadias de praxe no
hospital].
Outra diferença é que, ao contrário
de seus antecessores amhitarianos [e também da quase totalidade dos personagens
do seu discípulo Bogart] Lamka é um home da máquina – pertence ao Corpo Policial
e passa metade do seu tempo sofrendo a incompetência do mesmo [além das traições
costumeiras das tais louras].
Puxando uma baforada, mais para o
final de O Falcão Maltês, Bogart
teria dito se eu não fosse eu, seria
Lamka Stephen. A cena foi retirada por pura birra contra o país, dizem os
patriotas.
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