segunda-feira, 22 de julho de 2013

22 de julho

Mágica sem mais

A Magia em Amhitar não existe e se existisse seria a Monotonia condensada – a observação [não carente de injustiça] tem sido atribuída a tantos que geralmente se a considera anônima. Não se refere [na verdade] a toda a magia amhitariana mas apenas à das subseitas hegemônicas Khazyr.

Os incunábulos mágicos não repelem as asas de morcego, sopas de teia de aranha, suores de gato, pelos de narina de homem e lágrimas de virgem que populam outras tradições adivinhísticas & curandeiras. Apenas exigem [e nisso efetivamente concedem a certa monotonia] que tais métodos sejam explicitados em seus efeitos e provados por bruxas reunidas em comitê – ou seja [dizem não poucos críticos] pretendem uma magia científica.

Miraculosamente [e o advérbio não é bem colocado] certas mágicas são oficialmente aceitas – de alguma forma [ninguém sabe como] há uma relação entre a conformação entre as nuvens no céu das duas da manhã do mês dois do dia dois com o rosto do futuro marido das garotas nascidas 17 segundos depois do pôr do sol, assim como entre as manchas na cabeça dos gatos e a sorte no emprego.

Apesar disso [e lamentavelmente] a última adivinha da tradição Khazyr fechou sua tenda hoje em 1988. Sua filha [materialista e ateia] se tornou engenheira nuclear. Seu ceticismo sofreu um baque quando anos depois descobriu que a mãe anotara [muitos antes numa pele seca de sapo] a futura profissão da filha, e que esta detestaria misticismos.

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