terça-feira, 30 de julho de 2013

30 de julho

A Inimiga da família

Discute-se há nove décadas com absoluta paixão [e completa irrelevância] o número de amantes que teve Odina Maruf. [A expressão entre colchetes (não totalmente isenta de moralismo) pertence ao geógrafo Serguei Kovinev, cujo testemunho teria uma importância não pequena em sua permanência na história].

Odina [surpreendentemente prima em terceiro grau da doce e caseira poetisa Iroshka Maruf] assinou um decreto Abolindo a família, extinguindo essas prisões chamadas casas, e obrigando todos a comer e morar em abrigos coletivos. Do brevíssimo governo do General Chavkat foi a única ministra que fez algo que sobressaísse [o general ao empalmar o poder em um golpe de Estado nomeou-a Ministra dos Bons Costumes – talvez com propósitos bem diversos dos dela].

Desnecessário dizer que o decreto redundou em fracasso rotundo. [Talvez por causa dos apenas 19 dias de governo do general]. Ficaram no entanto os papéis do tal decreto – incensados por não poucos grupos feministas e pós-modernos.

Quedou também uma fama de um misto de Messalina e Cleópatra modernas. Nada mais falso – argumentou o inevitável Serguei Kovinev em uma palestra na Academia Soviético-Proletária hoje em 1944 . Eu a vi - eu era um adolescente magrinho e Odina um par de olhos verdes e lábios cor de rosa que clamavam por felicidade.

Seu testemunho, por comovente que seja, é empanando por suspeitas de paixonite jovem, que se traduziriam no título de sua palestra: Bela e Sábia Odina, eu a conheci.

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