sexta-feira, 26 de julho de 2013

26 de julho

Lendas do Monge

Diz a lenda [e isto é só uma lenda] que Rasputin calcou com seus pés o chão de Amhitar. Saiu [de acordo com a lenda] de sua [talvez também lendária] aldeia natal de Pokrovskoie e se dispôs a ser um starets [um monge] e para isso andou. [Quando perguntavam o que era necessário para ser um starets ele respondia: bons pés].

Hoje em 1902 [a data é também parte da lenda] entrou em Shamaekhent pela Porta Oriental. [Já se havia convencido de que quanto maior o pecado mais valioso o perdão]. Acariciou crianças e penetrou rameiras, deu esmola a indigentes enfermos e engoliu tonéis de vodca, curou hemofílicos e corneou maridos. [Testemunhos (também lendários) e pretensamente razoáveis afirmam que o homem efetivamente possuía poderes paranormais, e tanto oficiais da polícia como belas moças sem namorado acabavam fazendo o que ele queria, mesmo que não tivessem a menor vontade disso vinte minutos antes].

Grigori Rasputin [continua a lenda] recusou a passagem do trem expresso que lhe ofereceram [o que só lhe aumentou a fama de santo]. Aceitou, no entanto, a caixa de vodca de Novosibirsk [o que em nada lhe afetou a reputação, talvez por causa dos supostos poderes paranormais].

Grigori Yefimovich Rasputin ao cruzar a fronteira não sussurrou uma prece, como conviria a um monge. Olhou para trás, olhos injetados, e despejou uma de suas famosas gargalhadas [e esta parte, por mais que não tenha testemunhas, pode-se estar certo que não é lenda].

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