Os 16 testemunhos que chegaram até
hoje atestam de forma [quase] unânime que Ele veio de longe. Uma carreta da rota
da seda veio e partiu e deixou [compreensivelmente] dois fardos de finíssima
seda verde e um Homem. [As barbas brancas até a barriga não deixavam de impor
respeito]. Trazia três arcas – uma delas com pedaços de pau pregados em
perpendicular, a outra com roupas que deixavam claro que ele, se era, não fora
um qualquer, e [segundo apenas dois dos testemunhos quase certamente
fantasiosos] uma terceira com gafanhotos fritos, o seu lanche.
Abriu a boca [uma pequena multidão
em semicírculo] e berrou: Maria não é Mãe
de Deus! É apenas Mãe de Jesus! Com isso detonou uma peroração que dar-lhe
o título de Theotokos (Mãe de Deus)
era uma concessão ao paganismo, uma imitação das famílias dos falsos Zeuses.
Ninguém entendeu nada [apesar de
um rapazinho ao seu lado que traduzia tudo para o protodialeto Bakhmar]. Furioso
com a indiferença rogou nove pragas sobre aquela gente increia e partiu com
suas arcas - metade dos testemunhos diz que para o Oriente, o resto para o lado
oposto.
Uma dúzia de séculos se passou
antes que os jesuítas [que só se referiam a ele fazendo o sinal-da-cruz] sussurrassem
que aquele era Nestório, um amaldiçoado herético, e que foi a Mãe de Deus que o
impediu de converter a gente da terra de Amhitar [o que não adiantou muito,
pois a verdadeira fé (supostamente a dos jesuítas) também não teve muito
sucesso].
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