sexta-feira, 3 de maio de 2013

03 de Maio

Inexistência primeira


A tese [não pouco contestada] da inexistência de Amhitar foi arguida 3 vezes [dizem]. A terceira [e mais perigosa] se deu quando a barbicha e o pince-nez de Leon Trotsky intentaram a incorporação do país à sua Revolução Proletária Mundial Redentora.

Malgrado a sua insidiosidade, a tese do barbicha se trata [na verdade] de um requentamento das ideias contidas em dois de cinco rolos de pergaminho rigorosamente guardados em potes de barro e descobertos na demolição de um lupanar para a construção da Fábrica de Arados Proletários e Camponeses em União  na província de Jizzack em 3 de maio de 1929. Segundo tais pergaminhos [vertidos no protodialeto Bakhmar], Amhitar não se trata [como os outros] de um lugar físico, com fronteiras, rios e soldados, mas de um estado de espírito. Quando pressionado por essa mistura de monotonia e tensão que se chama [por algum motivo] de mundo real, cada homem [e todos eles] têm seu lugar-de-refúgio, seu Amhitar próprio [seja ele a bebida, as moças de aluguel ou Amhitar mesmo].

O fato de os outros três jarros conterem descrições de posições eróticas tem sido alegado desde sempre pelos adversários como argumento contra sóbrias teses. A atual Academia [Pós-Moderna] do Passado Inexistente [fundada em 1989] afirma [de maneira previsivel] que as sensualidades formam a melhor prova que tais pergaminhos são autênticos, pois [segundo eles] só a indecência nos salvará [ele mesmos se perguntam de quê].

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