Formas
de escolher governantes
Ruthinna
olhos negros e cabelos idem na cintura [princesa filha do falecido
Sherif amhitariano em princípios de 1715] veio a público no
dia de hoje para defender o método de defesa do novo governante.
Começou por analisar os existentes. Escolher um chefe por
habilidades na guerra era estúpido disse ela, pois a força era
apenas um acidente que decorre da fraqueza dos outros. A sucessão
por hereditariedade não tinha sentido, pois tanto os tolos como
os sábios têm filhos e a sabedoria não se transmite pela carne.
Pedir indicação aos sacerdotes seria ainda pior, pois a dura
experiência ensina que os homens de deus são muitas vezes os
piores.
Restava
o método tradicional: sem tremer um lábio [e sua seriedade a
sufocar risos] fez cair o casaco e [vestindo apenas um perfume de
cânfora] sentou-se ao trono [que era o corpo do candidato]. O teste
era simples e eficaz e se baseava no número sagrado 7: o candidato
que primeiro erguesse eficazmente sua coragem masculina 7 vezes seria
o novo Sherif. Quanto aos candidatos falhantes, o cutelo do
carrasco e o Reino de Alá os esperavam [inevitavelmente os
candidatos eram poucos].
Ninguém
fazia fé no jovem carreteiro Sherzod Mlavaz até que sua coragem se
tornou líquida pela sétima vez. Ele e Ruthinna reinaram por 33 anos
e [ao que se sabe] com justiça. Depois deles tal método foi
considerado bárbaro e retornou-se ao costume de sucessão familiar,
com o rotineiro envenenamento dos pretendentes pelos tios.
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