A Ciência [ou o Delírio] da
Teologia engoliu lamentavelmente a Arte da Geometria em Amhitar. [Tanto o “delírio”
como o advérbio se devem (de maneira inevitável) ao historiador materialista Iusya
Marzhaffar]. Nem tanto assim, escreveu seu contemporâneo Java Kharlilah [que,
como todo conservador era teísta, embora sua fé estivesse sempre a mudar de deus].
Segundo este último [em explicação
se tornou canônica] a diferença entre essas atividades [ou delírios] deve-se
menos à divindade que à moral. As terras começaram a ser divididas. Começaram
os problemas de como medir as terras. Estacas foram cravadas, cordas foram
estendidas e abstrações como ângulos e volumes principiaram a ser estabelecidas.
Tudo concorria para que Amhitar roubasse
à rival Grécia [que só o faria um par de séculos depois] a primazia na arte que
[de maneira injusta] seria conhecida como de
Euclides. Até que um profeta veio [eles sempre vêm]. Disse que a ganância
estava a guiar os homens. A divisão de terras era sinal dessa ganância. E a
melhor forma de combatê-la era destruindo os diabólicos meios pela qual se
dava. E os primeiros compassos, transferidores e réguas do planeta se tornaram
cinzas.
As reações ante esta [multilamentável]
perda se resumem a duas: uns praguejam contra o obscurantismo anticientífico,
outros dizem que a justiça de Deus [embora às vezes desajeitosa] á sempre
bem-intencionada. O debate prossegue sem fim, como duas retas que só se cruzam
no infinito.
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