segunda-feira, 27 de maio de 2013

27 de Maio

Caminhos

Sherzod Gulnora [inadvertidamente] pronunciou uma das duas banalidades que começaram a literatura de autoajuda em Amhitar no dia 27 de maio de 1699 dos hereges [27 de Dhu'l-Qa'dah da Hégira] quando chegou a Murgab-Satlyk. A cidade [em si] apresentava pouco interesse [dois testemunhos independentes a descreviam como a mais feia das cidades de Amhitar (talvez do mundo) nos dias de hoje (talvez em todos os tempos)].

Não o destino mas a viagem, ou não ela e sim suas dificuldades. As fofocas [sempre elas] diziam que o primeiro caminho é coalhado de assassinos turkhmans; furacões destruidores acossam o segundo; no terceiro os degoladores de punhais de prata fazem seu paraíso, etc. etc. [até mesmo um improvável fantasma de Genghis Khan guardaria uma das rotas.] Tendo deixado o medo para trás [ou seguido em frente apesar de levá-lo a tiracolo] o jovem Sherzod pronunciou uma de suas tolas frases:

o importante não é o destino e sim o caminho

e não são poucos os autores que têm faturado atribuindo a essas palavras algo mais que um comentário concreto sobre como chegar a uma cidade hoje debaixo de 6 metros de pó.

A segunda das frases ocorreu quando [já velho e feliz] Sherzod soube que a cidade a que chegara não era Murgab-Satlyk mas outra. Sem esvanecer o sorriso falou

É possível perder uma oportunidade e ainda assim tudo terminar bem

e tal foi o título de um best-seller amhitariano por 27 meses seguidos.

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