Gulnora Utkirbek nada fez de
extraordinário [as guerras e livros não integrando seu cardápio] exceto
[talvez] seja ele a única pessoa de Amhitar [do mundo?] da qual se diz [com
certeza (quase) absoluta] que viu o diabo.
Não um – o diabo de Gulnora
consistia em 2, na verdade 3 [sendo o número de 9 quase que certamente apócrifo
e a versão de 666 muito fantasiosa para ser levada a sério, além de obviamente
ser plágio de certo livro pretensamente sagrado da Palestina].
A imagem do homem seguido por um
diabinho e um anjinho que lhe dizem contraditoriedades é por demais gasta mas
era o que ele sentia, desde a idade por demais significativa de 7 anos, 7 meses
e 7 dias. No entanto [e esta constitui sua originalidade] Gulnora sempre percebeu
falso esse embate – como se os conselhos para se entregar a e se poupar dos vícios
fossem um embate fictício entre dois vigaristas que no fundo querem vender uma
máquina de lavar quebrada.
Quando completou 49 anos e 49
dias [no dia de hoje em 1601] Gulnora caiu em si – não só os dois serzinhos
eram falsos – ele mesmo o era. Não era bom nem mau – era alguém que não se
encontrava, e que diabos [e anjos] só serviam para retardar o encontro com um
terceiro diabinho - ele.
A partir daí as versões se
dividem: os dois diabinhos sumiram dissolvidos no enxofre, ou nada aconteceu e
Gulnora morreu como todos cinco décadas depois, apenas sabendo quem era. A
primeira versão [por mais espetacular] é geralmente a favorita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário