Husan Shahzoda enfiou o quepe
tridentado [símbolo do SubCalifa] na própria cabeça careca na data de hoje em 624
da Hégira [1227 dos hereges] e iniciou o fim da Era do Vácuo na história
amhitariana. [O historiador Iusya Marzhaffar inventou tal nome (ao qual não
falta dose de absurdo) para o período que antecedeu a Idade Média de Amhitar].
Husan passou para a História como
Ekhslin-al-Charokstan [aquele que foi excessivamente cruel] e a
injustiça tolda esse apelido, segundo Iusya. Pois Husan não foi excessivamente
cruel: foi excessivo em tudo. Quando jovem decidiu ser o jejum o meio para a
divindade e ficou 77 dias e 7 horas sem encostar em um grão de cevada. Depois considerou
que a vida consistia em passar bem e se divertir e [diz a lenda, que
curiosamente não é contestada] encontrou-se com um rebanho de 33 carneiros e
ovelhas, o qual encontrou nele o seu triste [e churrascoso] fim.
Casto, passava onze meses sem
pensar em mulher. Promíscuo, fazia orgias com exatas 95 concubinas [sem que
ninguém conseguisse precisar a razão de tal número]. Revoltado com as
injustiças do mundo, cortava a cabeça de quem quer que possuísse mais de 50
moedas. Generoso, doava palácios ao primeiro mendigo.
Com tais excessos, seu
assassinato com um carneiro envenenado [não isento de certo mistério] causou tanto
um carnaval quanto sete suicídios rituais, de pessoas que queriam acompanhar
seu herói [ou malfeitor] no céu ou inferno, tanto fazia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário