quinta-feira, 7 de março de 2013

07 de Março

O Protodetetive


Sioran Munisa [se detetive for considerado] é obviamente o pioneiro – no século XV Sherlock Holmes não sonhava em existir.  Em 11 do mês Dhu'l-Qa'dah da Hégira [7 de março dos hereges] pregou placa dizendo-se o Achador. [Em Shmharkhmant a Rota da Seda cruzava com o Itinerário das Pepitas e a população metadeava de prostitutas e profissionais do contrabando, com um restinho de gente decente].

Sua história [guardada em dois relatórios do sub-Grão-Vizir, um deles quase intacto] provocaria hoje bocejos: a beleza estonteante morena de uma esposa de receptador de safiras o procurou – seu marido desaparecera. Ela, pobre garota, queria achar o gordo rico velho chato.

Humphrey Bogart nunca escorregaria nessa [afirma não sem sarcasmo a Revista de Cinema de Amhitar em artigo sem indicação de autor em 1952] mas Sioran não tinha exemplos anteriores para guiá-lo. Sofreu três espancamentos, uma rasteira num abismo e dois quase afogamentos no rio Syr-Daria antes de descobrir que a fonte de todos os afagos era a cliente – que queria que o detetive a livrasse do marido [e depois ela se livraria do primeiro].

Sioran resolveu o caso. A partir daí em outros achamentos entre dois tragos de cachimbo repetia sempre que Nenhuma mulher tem o valor de uma verdadeira amizade. A Revista [talvez por ser financiada pelo Comitê Central do Partido] apressa-se em esclarecer que, Apesar disso, o protodetetive Sioran permanece como um símbolo da masculinidade da Nossa Eterna Pátria.

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