Abdul Al-Wazahari bradou na décima-sétima
[e a segunda mais estranha] de suas Crônicas
que no dia de hoje [15 de Muharram da Hégira] três homens tiveram ao mesmo
tempo três sonhos cada. [O fato de nenhum dos três lembrar nada dos dois primeiros
sonhos e do cronista não registrar o ano em que tal acontecimento se deu em
nada aumenta a credibilidade de sua história.] No terceiro dos sonhos, um Fhiurzzim [equivalente ao gênio das Arábias]
mostrava sucessivamente um descampado com alguns pedregulhos; um capinzal com
arbustos que não passavam de um palmo; e uma selva tão fechada que os povos que viviam no chão não
tinham nenhuma ´tradução para a frase “luz do sol”, pois não a conheciam.
[Como costuma acontece em tais
sonhos] uma voz se ergueu – disse que Amhitar fora e seria todas essas fases –
e cabia aos homens descobrir quando e em qual ordem – e então cada um dos
homens acordou.
Tal relato teria ficado como um
delírio do grande cronista se seis séculos depois Ramsheed-Barumi-N´gaar, um francês batizado de Augustin de Saint-Hilaire,
não a tivesse levado surpreendentemente a sério. Durante duzentos dias [e
levado por sua energia juvenil] teria cavoucado o solo do Amur-Daria atrás de fósseis
de grandes árvores. Não as encontrando, interpretou as crônicas ao reverso e
concluiu que a floresta se situava exatamente do outro lado do mundo, e foi buscá-la.
Dizem que a encontrou, embora tal afirmação não seja incontroversa.
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