segunda-feira, 25 de março de 2013

25 de Março

As tentações


Por sete vezes o diabo tentou hoje a Jasur Ziyba [sendo apócrifa a versão de que tentou 40 vezes, a maioria dos críticos considerando-a mera tentativa de assemelhar Jasur a um profeta concorrente no Oriente Médio]. Não o tentou no deserto - as pedras e cactos considerados banais para a pirotecnia do príncipe das trevas – e sim no meio da cidade [as paredes apertadas de argila da cidade de Dashoguz, por alguns considerada inexistente (embora outros atribuam a ela umas ruínas no lago Sarygamish compostas de nove pedaços de muralha, nove inscrições e nove pares de brincos, um deles incompleto)].

Ao contrário do que diz a tradição do tal outro profeta, o diabo de Amhitar não tem chifres. Veio em forma de menina [os cabelos alourados em caracóis] e não ofereceu nada mas sim pediu algo banal [as versões variam desde um copo d´água a bonequinho de pano]. Jasur concluiu que o mal, ao contrário do que se pensa, está nas coisas pequenas e com essa mensagem perturbou os comerciantes das ruas de Dashoguz e, como todo profeta, exceto por meia dúzia [às vezes uma dúzia], foi considerado um chato. Quanto à sua mensagem, teólogos liberais a tiveram como um sinal de que as verdadeiras tentações são pequenas – uma fatia de bolo a mais, uma piscada de olho a mais, e são essas sementes que geram as grandes desgraças. O pensamento ortodoxo rejeita essa versão, acusando-a de ser por demais rasteira e de tirar certo charme inerente às histórias divinas.

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