Por sete vezes o diabo tentou hoje
a Jasur Ziyba [sendo apócrifa a versão de que tentou 40 vezes, a maioria dos críticos
considerando-a mera tentativa de assemelhar Jasur a um profeta concorrente no
Oriente Médio]. Não o tentou no deserto - as pedras e cactos considerados
banais para a pirotecnia do príncipe das trevas – e sim no meio da cidade [as
paredes apertadas de argila da cidade de Dashoguz, por alguns considerada
inexistente (embora outros atribuam a ela umas ruínas no lago Sarygamish compostas
de nove pedaços de muralha, nove inscrições e nove pares de brincos, um deles
incompleto)].
Ao contrário do que diz a
tradição do tal outro profeta, o diabo de Amhitar não tem chifres. Veio em
forma de menina [os cabelos alourados em caracóis] e não ofereceu nada mas sim
pediu algo banal [as versões variam desde um copo d´água a bonequinho de pano].
Jasur concluiu que o mal, ao contrário do que se pensa, está nas coisas pequenas
e com essa mensagem perturbou os comerciantes das ruas de Dashoguz e, como todo
profeta, exceto por meia dúzia [às vezes uma dúzia], foi considerado um chato.
Quanto à sua mensagem, teólogos liberais a tiveram como um sinal de que as
verdadeiras tentações são pequenas – uma fatia de bolo a mais, uma piscada de
olho a mais, e são essas sementes que geram as grandes desgraças. O pensamento ortodoxo
rejeita essa versão, acusando-a de ser por demais rasteira e de tirar certo charme
inerente às histórias divinas.
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