O professor de história Dilafruz
Michelet publicou em 1881 o opúsculo A
mais bela das histórias de Amhitar. [Inexplicavelmente não é a data de sua
publicação que se rememora hoje e sim a da obra contrária A mais patética das histórias, do também historiador (e rabugento) Iusya Marzhaffar].
Dilafruz reivindica a bebida de
deuses e guerreiros, o vinho. Argumenta oceanograficamente: supondo-se que [em
uma enchente que cobrisse todas as terras] as correntes oceânicas se
comportariam de maneira mais ou menos igual, é impossível que a arca de Noé tivesse
levado 40 dias apenas para cobrir a minúscula distância da Mesopotâmia ao monte
Ararat. O estudo das correntes elimina qualquer outra direção que não Amhitar –
na qual a famosa barca teria tocado terra.
Assim, o [vergonhoso] episódio em
que os filhos de Noé o embebedam ocorreu em terras amhitarianas [Dilafruz
arrisca três províncias candidatas ao acontecimento]. O vinho seria invenção própria, depois injustamente tomada por outros, uma injustiça que o autor se
dispõe a retificar.
Iusya rebate com três argumentos:
não havia [em 1881] produção vinícola no país; escavações arqueológicas não
detectavam a presença de uvas antes do ano 800 dos hereges [um argumento
facilmente contrariável pois há vinhos que não de uvas]; e, principalmente,
Deus não existe. Se não existe, não podia haver Dilúvio. Sem Dilúvio, sem Noé;
sem Noé, sem vinho em Amhitar. Tal argumento obviamente não logrou convencer a muitos.
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