O Monge Gelasiminius [em passagem
mórbida dos seus Comentários à
Cosmografia Cristiana (Cristã)] descreve com detalhes desnecessariamente
deprimentes como hoje no ano 334 D.C. seis mil seiscentos e sessenta e seis mercadores
da chamada Rota da Seda escolheram o caminho
errôneo para o Além [ou seja, cometeram suicídio].
No mesmo dia em 1970 o hippie [um dos três únicos de Amhitar] e
sociólogo de pseudônimo Utkirbek Lennon [formado na Academia de Ciências de
Moscou] publicou em papel mimeo cheirando a álcool e outras drogas que todas as
explicações estavam erradas – a tragédia nada teve a ver com revoltas feudais
nem com a invasão de Átila. Historiadores
[disse ele] artificialmente criam um
quadro geral, sempre com sentido. A Rota da Seda era segmentada. Ninguém a percorria
inteira. Mercadores faziam pedaços dela – compravam aqui e vendiam mais
adiante. Não sabiam quem era o produtor, nem o comprador final. Sequer sabiam
quem precisava de tanto pano. Envelheciam, decaíam, enterravam os pais e eles
mesmos eram enterrados por filhos que faziam as mesmas rotinas. Algum
enlouquecia, outro se matava. Resta explicar por que tantos o fizeram no mesmo
dia, mas isso é de somenos importância ante a o que os levou a isso.
Os meios oficiais bocejaram ante essa
explicação que não envolvia a luta de classes. Depois, militantes pós-estruturalistas afrancesados revalorizaram
essa versão, mas então Utkirbek Lennon já tinha se tornado contador e bancário.
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