Por exemplo a frase Xrohruzheyr-ol-Zhuythmyyn
foi sucessivamente traduzida como:
·
Somente
Deus Governa Todo o Mundo
·
O cavalo
do meu avô está com lumbago
·
Vou meter
na tua mulher hoje
·
O
tesoureiro roubou-me três dinares
·
Sete vezes
oito são cinquenta e seis.
O dialeto proto-Khazyr resistiu por
sete séculos [dizem] às tentativas de entendê-lo. O professor Zamira Mavlon no
dia de hoje 1891 [em palestra não isenta de críticas] afirmou ter cortado o nó:
Todas as traduções são corretas. As línguas se baseiam na cola de uma
massa de sons [uma palavra] a um estado fora do homem [uma pedra, um palácio,
até um sentimento – enquanto é falado, é visto como externo]. Na língua proto-Khazyr,
a palavra [ou frase] significa um estado interior. O homem feliz vê um disco
dourado no céu e pensa uma palavra; o homem traído pela esposa vê o mesmo e
pensa outra. Assim, as palavras Ouro
e Podre significam o mesmo objeto, o
qual chamamos de Sol.
Isso não é incomum. Quem somos nós, a não ser projetadores no mundo de
nossos estados internos? Proclamo portanto, esta língua não a melhor, mas a mais
sincera!
A administração russa viu nisso um
discurso protonacionalista, e os evolucionistas [então em moda] rejeitaram essa
teoria que fazia algo do passado melhor que o presente. Transferido para uma escola
na fronteira sudoeste, o pobre professor de gramática se dedicou a falar
somente a língua proto-Khazyr. Não ficaram registros de se era entendido pelos
vizinhos.
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