Os Farathomyr [ou Fharathomyr], uma bela raça de cavaleiros, homens
valentes na guerra, trabalhadores na paz, ajudados por suas mulheres sedutoras
na juventude, prudentes na madureza, estabeleceram-se vindos do Nor-Noroeste e
fundaram um Império cujo domínio se fundamentava no justiça, e levaram as nossas
fronteiras desde o Ponto Euxino às praias do Golfo Pérsico. Foi a Idade de Ouro
de Amhitar!
Durante mais de século as
crianças tiveram de decorar essa frase que inicia a obra de Dilafruz Michelet previsivelmente
intitulada A Idade de Ouro da Nossa Pátria.
O revisionismo histórico [sempre existente] foi menos condescendente com
essa fase da história amhitariana. Certo, os Farathomyr dominaram vagamente o território que seria Amhitar desde
o ano 243 D.C. [uma das poucas datas precisas em época tão recuada, sendo no
entanto o dia de hoje para aquele em que cruzaram o rio Syr-Daria baseado mais
em tradição que em pesquisas] até o começo da domínio da estranha seita dos
Khazyr, uns três séculos depois.
Os desenhos nos livros que os
apresentavam belos e altos não passariam de fantasia, assim como o exagerado
poder atribuído ao seu Império. Não vieram do Nor-Noroeste, seus homens não
eram valentes nem trabalhadores e até sobre suas mulheres pesam suspeitas [o Monge
Gelasiminius declarou que eram todas umas megeras pouco fiéis, mas a opinião de
um prelado ranzinza sobre tal assunto nem sempre deve ser tomada sem alguma
suspeita].
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