sábado, 7 de setembro de 2013

07 de Setembro

Ascensão e Queda de Nuri O Grande

Às sete horas da manhã de hoje em 1955 Nuri Zakhremat colocou sua gravata. Beijou sua mulher seu filho e sua filha feinha e partiu para seu emprego de subchefe da contabilidade da fábrica de cigarros. Às nove, conversando na roda do café, seus colegas acharam que falava bem, colocaram-no nos ombros e o proclamaram líder. Ao meio-dia fora declarado chefe da fábrica, para uma hora depois ser chefe da cidade [o prefeito atemorizado lhe entregando uma chave simbólica de papelão].

Às três horas no seu quartel-general [já tinha um] chegavam telegramas de apoio – uma a uma as cidades do país se entregavam à sua liderança. Às quatro um comício monstro engolfou a capital e a multidão gritava Nuri! Nuri!

Às sete da noite, as elites, os militares , os burocratas, a CIA e os malvados em geral conspiravam para sua derrubada. Às nove a enorme pressão o obrigou a declarar por lei a Felicidade Geral, para gáudio do povo e ódio maior dos inimigos. Às dez os tanques rolavam contra ele.

À meia-noite um tiro ecoou no Palácio Presidencial.

Seu corpo nunca foi encontrado; foi enterrado em segredo; ou, vivo, fugiu para as Bahamas e mais 776 versões outras.

A vocação amhitariana para a cópia servil explicaria a trajetória de Nuri. [Dizem não sem mau humor]. Líderes histriões e meio suicidas [os Nasser, Perón, Getúlio e Tito da vida] pululavam nos anos 50 – e Amhitar, talvez [mesmo] por instinto de imitação, não quis ficar de fora.

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