Sorakh Jalol abria a programação de
TV de Amhitar [após a saudação do Comitê do Partido] e o pioneirismo desta atração
viria a ser mais lamentado que propriamente objeto de orgulho.
A história começou pouco antes do
início do programa [o qual se deu hoje em 1950]: o Comitê pelo Entretenimento Proletário distribuiu umas centenas de
caixas de madeira das quais saíam som e imagem de gente distante, as TVs. Depois
da festa, descobriu-se que, além dos discursos políticos, pouco havia o que
transmitir, ainda mais diariamente.
Vieram com a ideia de uma história,
a qual, para poupar atores, teria basicamente os mesmos personagens principais
e os mesmos atores secundários, os quais trocariam sempre de peruca e saia para
interpretar outras pessoas no episodio seguinte: uma série.
Na Estrada: Sorakh Jalol tinha um nome bem mais dinâmico que o próprio
espetáculo. Sorakh era um detetive que veio do nada, ou quase: não tinha pais,
nem mulher, nem filhos; aparecia magicamente nos locais de crimes sempre com
uma ridícula lente de aumento; seu detetive auxiliar Aziz Cute era um
adolescente menos que boboca [tanto quanto Sorakh, que parecia ter sempre a
mesma cara]. Juntos circulavam por uma Shmaerkhaant real mais por falta de
dinheiro para cenários que por ideologia realista.
A série entrou na Lista das dez piores da História. Apesar
disso não são poucos os seus fãs, que nas festas vestem o casaco típico do
detetive Sorakh – apesar do sol de 40 graus.
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