domingo, 22 de setembro de 2013

22 de Setembro

A lenda do Alegre Rei Akmal

O único problema da lenda do Alegre Rei Akmal é que ela é isso mesmo – uma lenda – e esse pedaço de discurso [evidentemente empapado de mau humor] pronunciou-o o geógrafo materialista Serguei Kovinev em 1942, em conferência no dia de hoje na Academia Soviético-Proletária da Ásia Central. [Como revolucionário, não se podia esperar dele outra opinião sobre um rei].

No entanto o Destino [se o Destino existisse] em muito complica um julgamento sobre o Alegre Rei Akmal [na verdade um Paxá]. Os testemunhos [caso raro na história amhitariana] se juntam unânimes em afirmar que foi ele o único potentado a se misturar ao povo sem guardas e sem ser degolado [outros tentaram andar sem guardas, com os resultados já imaginados].

Como todos os reis, o Alegre Akmal possuía conselheiros – feio, chatos, rosnadores e cheiros de intrigas. Como nenhum, Akmal ria deles – sendo uma de suas piadas pedir conselhos e, depois de recebidos, rir da cara dos conselheiros, repetindo o universal ditado de que Se Conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Os conselheiros [e seus ardilosos conselhos] saíam humilhados, e o povo, feliz.

Uma das falhas da história [que dá munição a quem advoga sua inexistência], é que ninguém sabe direito a época de tal rei. Dizem que o Povo quis que ele fosse de todas as épocas – inclusive da futura [é a interpretação dos otimistas - eles sempre dizem presente].

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