De todos os títulos [nem todos honrosos]
concedidos ao herói nacional amhitariano Donyhor al-Temurbek o mais infame foi [talvez]
o de Zybiat-ul-Ilyos, que [em interpretação
não isenta de arbitrariedade] tem sido traduzido como O Supremo Garoto Pacato e Estudioso.
Hipocrisia de uma Sociedade que prega uma coisa e valoriza outra! –
disse em [raro] rompante de paixão do geógrafo Serguei Kovinev, o qual também cedo
aprendeu o ditado Larga desses livros e
vai brincar na rua, menino! – cuspido pela mãe a cada dia sim e no outro
também. [Nisso continuava uma tradição de autores amhitarianos, todos eméritos
meninos sardentos de óculos fundo-de-garrafa].
A tal infame versão pregava que o
pequeno Temurbek atravessou a infância e a adolescência entre tomos de enciclopédia
e reclamações de avós, mãe e irmãs, e os gritos dos garotos a correr na calçada
[que soavam como música a seus ouvidos, só que como música de pterodátilos
tocando violinos desafinados]. Isso além da inexistente namoradinha.
Um grupo de garotos [não surpreendentemente]
pálidos, magros e com os inevitáveis óculos conseguiu em 1973 a consagração do
dia de hoje a esta versão do grande vulto nacional. [Para escândalo dos
ortodoxos, que queriam um Temurbek desbravador de batalhas e garotas]. Na prática,
hoje é conhecido como Dia dos Nerds,
e se comemora com cachorros-quentes com excessiva mostarda e apostilas picotadas
ao vento – mas isso [as dúvidas são poucas a respeito] não passa de gozação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário