quinta-feira, 10 de outubro de 2013

10 de Outubro

Absurdo Teatro

As Coisas que Ninguém Nunca Viu e Pensamentos que Ninguém Jamais Teve estreou hoje em 1911 no Teatro de Ópera de Shamaeerkhaant.

Uma criação coletiva [outro ponto que faz exultar os críticos que se derramam por seu aspecto pioneiro] a obra começa com um palco vazio. Três personagens [que ao saírem e voltarem são representados por atores diferentes] fazem a contraposição ao protagonista [que é representado às vezes por um homem ou mulher, ou criança, ou garçom de bar ou contrabandista de óleo]. Três flores de cartolina [que durante a peça são substituídas por outras de pano, de restos de madeira colada ou de pregos fundidos] formam o único cenário.

O protagonista Uelilag [que, como se disse, às vezes torna-se mulher] olha para cima com um canudo de papel e descreve belos livros, lindas casas, corpos femininos e masculinos perfeitos. Naturalmente os outros querem ver aquele Paraíso [que ele se enfurece com a palavra, pois para ele não se trata disso], um deles acaba por tomar o canudo e olhar, e vê falsos paraísos diferentes. Quando os atores estavam inspirados até a plateia entrava na briga e olhava também.

Tinta e tapas se gastaram sobre o sentido da primeira peça de teatro amhitariano que escapou do Vaudeville ele-disse-ela-disse habitual. Para aclamar a discussão, os críticos [ou quase todos] concluem que a fascinação vem de que o tal canudo é só um canal para cada um ver seu paraíso imaginário [que nem Paraíso chega a ser].

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