O poeta maldito Byron Jasur
presidiu a primeira fundação da Academia do Delírio, em 17 de outubro de 1849
ou 1851. O poeta maldito Byron Jasur presidiu a segunda fundação, talvez com
ainda mais honra [desta vez em uma bandeja de prata]: os escritores Mikhail Alexandrovitch Kovinev, Utkirbek Shahzoda, e miss Zamira Birame trouxeram a caveira de Byron [secundados pelos demais
membros da Academia] em procissão com címbalos
e tambores [a expressão é da Gazeta de Amhitar, edição de 18 de
outubro de 1900, presente à cerimônia].
Amantes da morte [e mais ainda do
escândalo em vida] os poetas e prosadores da Academia do Delírio romperam com a mais velha Academia de Ciências de Amhitar por desconfiarem que esta, por romântica
que fosse, não o era tanto quanto eles. No seu manifesto de fundação cantavam os amores desesperados, a santidade das
prostitutas castas, o desprezo ao
comerciante gordo burguês, além do inevitável louvor ao absinto.
Foram a primeira academia a
admitir mulheres, o que lhes traz a simpatia do movimento feminista amhitariano.
Seus inimigos literários diziam que sua literatura tinha pouca produção e muito
consumo [de álcool]. Inimigos mais radicais ainda acusavam suas tertúlias de
levarem o amor até o seu final - e
degenerarem em orgias. Tal acusação tem pouca credibilidade, já que os
acusadores também creem que o fantasma dos dois Byrons [o inglês e o amhitariano]
participavam, não sem entusiasmo.
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