sexta-feira, 25 de outubro de 2013

25 de Outubro

Os anjos não irão ao Paraíso

estreou hoje em 1998 [não sem certa resistência] nas [então únicas] sete casas de jogos de Shmaerkhaant. [O relativo isolamento tecnológico do país o condenara até então a uma ditadura do telejogo e do inevitável fliperama]. Composto inicialmente em dois CP-500s contrabandeados [e depois atualizado para rodar no sistema Windows 3.1], o game relata a história de três querubins, Ariel, Shmael e Galiel. Arial canta, Shmael dança e Galiel picha as ruas da cidade.

O enredo começa quando Galiel decide fazer o bem, e começa pelo óbvio – perguntando como se faz isso. Após receber as respostas mais inimigas umas das outras [geralmente de cunho religioso] decide jogar tudo fora como nonsense e [acompanhado de seus amigos] decide atravessar a cidade [uma enorme cidade inominada, com pouco verde, muito crime e traffic jams] para do outro lado dela alcançar o bem, ou alguma coisa.

Para tanto, Galiel cola o pensamento na ação – farei o que pensar – é o lema dos três – o que os leva a não pouca confusão – inclusive com a polícia. Doam toda a roupa a pobres [e são perseguidos por indecência], roubam limusines, choram junto com viúvas. O final depende das opções do jogador.

Acusado de ser mais tratado teológico que um game, Os anjos não irão ao Paraíso teve uma surpreendente aceitação entre a adolescentada. Até religiosos o elogiaram – até perceberem que em vários dos finais possíveis a conclusão era Religion is Trash, o que diminuiu seu entusiasmo.

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