Anos depois o Pravda de Moscou [com imparcialidade e
delicadeza próximas do zero] estampou que fora Um Nada visitando outro Nada [sendo o segundo desses Nadas a terra amhitariana]. Os poucos nativos
que viram [quase todos camareiras ou garçons] lembram apenas de cinco garotas
[muito bonitas, reconhecem] jogando miolos de pão arredondados umas nas
outras... e nas camareiras e garçons.
Passaram por Amhitar hoje em 1912
[e o fato de apenas passarem, de volta de uma viagem a Alma-Ata, não deixou de
ferir o orgulho nacional].
Saiu em primeiro um oficial quase
baixinho, de olheiras visíveis a metros. Atrás uma mulher cara-de-maluca e um menino cara-de-dar-pena,
além de cinco garotas [o único vestígio de beleza no lugar].
Um mar de gente os aguardava na Estação
Central – aguardava principalmente a Ele. Perguntavam-se: o que faz um Czar? O que
fala um Czar? E a principal: como é
um Czar?
Uma vaga de decepção percorreu –
aquele bisonho era o Czar – e os demais sua Augusta Família.
Nicolau II [o bigode manchado de
branco, depois de uma xícara de leite], se falou ninguém lembra. Sua mulher só
tinha olhos para o menino, e o menino bocejava. Os cortesãos tremiam. O
homenzinho espetou medalhas em peitos e voltou ao trem, depois de um café da
manhã na Estação. [De tão pouco marcante, mesmo testemunhas oculares contestariam
a ocorrência da visita]. Duas camareiras guardaram bolotinhas de pão jogadas
pelas princesas – mesmo depois que estas foram fuziladas.
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