Anastácia, a princesa esquecida não permaneceu esquecida por muito.
Ao menos não em Amhitar, onde uma versão de que fugiu com seu irmão menor [logo
após o fuzilamento da família em 1918] logo foi abandonada em favor de outras. [Possivelmente
a presença de um personagem de pouco apelo dramático (o irmão) não ajudava em
nada – dizem os eternos negadores das histórias interessantes].
A partir da fuga [e de sua chegada
ao território amhitariano] a história se parte em dezenas: em algumas versões a
jovem princesa se tornou guerrilheira, lutando contra a opressão que engolira
sua família [e a falta de qualquer evidência sustentadora tornou tal caminho tão
esquecido quanto a princesa]. Também existem [de maneira pouco surpreendente]
as versões românticas de que um poderoso [e esbelto e belo e jovem] Arquiduque
se apaixonou por ela, e que ela oculta dele a sua origem principesca, pois quer
ser amada por suas virtudes, e não por sua riqueza.
Uma pequena variação da versão
romântica inclui uma Anastácia Pirata nos Sete Mares [o lenço de seda vermelha a
realçar os olhos azuis] e largando dessa vida pelos rogos de um capitão [jovem
e belo e rico] que se apaixonara por ela, redimindo-a assim das aventuras.
Nenhuma das versões mais populares
inclui uma Anastácia gorda, rabugenta e gritalhona com o marido [um pobre
marceneiro] e com as vizinhas na vila. Os eternos céticos dizem que esta é a
versão real, mas ela é provavelmente tão fantasiosa quanto as demais.
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