A Terrível Maldição da Secreta Seita Khazyr, de todos os best-sellers nunca surgidos [ao lado dos
discutíveis Cinco Sombras de Julieta em
Romeu de Edgar Allan Poe e do Romance
Róseo de Erich Maria Remarque, ambos queimados pelos autores no dia em que
saíram do prelo] talvez seja o único que contou com uma pesquisa minimamente séria
– embora até isso seja contestado. Publicou-o [quase] uma editora
sensacionalista de Londres Leste hoje em 1959 [para aproveitar o orientalismo
exacerbado pelo A Terceira Visão do semitibetano
Lobsang Rampa um ano antes].
Seu autor o feiticeiro amhitariano
Sunnat Havasxon [que dizem na verdade ser o carpinteiro escocês John MacDonald
O´Cunningham, que do exterior só conheceria as seleções visitantes no estádio
de Wembley] teria [segundo o livro] explorado durante sete anos as sete artes
secretas de sete milênios de existência guardadas a sete chaves pelos sete líderes
da seita – e esta recorrência de setes, longe de sugerir uma lamentável falta
de imaginação do escritor, apenas aumentou a credibilidade da obra. Ameaçado
pelos líderes com A Maldição das Sete Mortes [e sem se dar ao trabalho de
explicar como tal seria possível] Sunnat/O´Cunningham conclui a obra com sua
fuga de Amhitar para a Inglaterra, para revelar os segredos ao mundo.
A Terrível Maldição não saiu afinal do prelo, ameaçada de sete
processos judiciais por plágio, o que não deixou de ser interpretado como
cumprimento da maldição.
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