domingo, 20 de outubro de 2013

20 de Outubro

O quase-sucesso

A Terrível Maldição da Secreta Seita Khazyr, de todos os best-sellers nunca surgidos [ao lado dos discutíveis Cinco Sombras de Julieta em Romeu de Edgar Allan Poe e do Romance Róseo de Erich Maria Remarque, ambos queimados pelos autores no dia em que saíram do prelo] talvez seja o único que contou com uma pesquisa minimamente séria – embora até isso seja contestado. Publicou-o [quase] uma editora sensacionalista de Londres Leste hoje em 1959 [para aproveitar o orientalismo exacerbado pelo A Terceira Visão do semitibetano Lobsang Rampa um ano antes].

Seu autor o feiticeiro amhitariano Sunnat Havasxon [que dizem na verdade ser o carpinteiro escocês John MacDonald O´Cunningham, que do exterior só conheceria as seleções visitantes no estádio de Wembley] teria [segundo o livro] explorado durante sete anos as sete artes secretas de sete milênios de existência guardadas a sete chaves pelos sete líderes da seita – e esta recorrência de setes, longe de sugerir uma lamentável falta de imaginação do escritor, apenas aumentou a credibilidade da obra. Ameaçado pelos líderes com A Maldição das Sete Mortes [e sem se dar ao trabalho de explicar como tal seria possível] Sunnat/O´Cunningham conclui a obra com sua fuga de Amhitar para a Inglaterra, para revelar os segredos ao mundo.

A Terrível Maldição não saiu afinal do prelo, ameaçada de sete processos judiciais por plágio, o que não deixou de ser interpretado como cumprimento da maldição.

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