A hipótese antropológica de que toda festa de colheita é animada – esta
terra chamada Amhitar reduziu-a ao pó da inexistência! - Esta observação [à qual não falta amargura] escreveu-a
no seu Terceiro Tratado das Inconsequências o sábio chinês Qzi Laotsung e se baseia
nas suas [desafortunadamente não muito longas] viagens pelo país nos anos 1900
e 1910. [Foi repetida pelos antropólogos René Girard e Mircea Eliade, tendo
sido depois inexplicavelmente retirada do seu Mito do Eterno Retorno].
A causa de tanta revolta se deve
a que, após muitas viagens à Polinésia e ao Mali, os antropólogos criam haver
estabelecido uma lei – na época da colheita, as sociedades primitivas torravam os estoques velhos da colheita
anterior e pediam com muita festa colheitas melhores na safra seguinte. Isso em
todas as culturas.
Menos em Amhitar. Os amhitarianos,
depois de colherem, não faziam nada. Nem deuses, luzes ou fogueiras. Às vezes
dormiam, às vezes nem isso.
As acusações de preguiça foram inevitáveis
– mas nem isso fazia o povo do país se mover. Os estudiosos se vingaram
propalando a frase acima.
Os motivos dos antropólogos podiam
não ser assim tão puros. Em outros lugares nas festas pedindo força na colheita
cabiam demonstrações de outros tipos de força – e as festas (sempre em conjunto
e sem roupas) seriam impróprias para menores, se já existisse a censura
classificativa. O desejo de que Amhitar fosse como as outras culturas pode indicar certo instinto Voyeur.
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