A eterna luta entre os países
pelas honras [algumas não tão honrosas] se desdobra também na disputa de saber
qual é a verdadeira pátria do Iéti, o Abominável Homem das Neves.
A principal lenha nessa fogueira [uma
metáfora inadequada para um homem das neves] jogou-a Tafyeh Ladnik ao divulgar
[hoje em 1953] o seu tolamente denominado O
Iéti é na verdade um Patrimônio de Amhitar , na verdade um filme [um
curta-metragem] há muito desaparecido pela censura e que em doze minutos de celuloide
[e nenhuma cena de montanha] prova como historicamente o Abominável foi
sequestrado pelos malvados tibetanos, que além de ganharem fama de Pátria Mundial da Serenidade Budista também
arrebanharam aquele que poderia ser um símbolo das amhitarianas glórias.
Naturalmente contestado por sua
inexperiência alpinística, Tafieh [na verdade um mecânico de moto niveladoras]
armou-se de picareta e casaco e partiu para as alturas.
Duas explorações militares e três
excursões turísticas lograram vê-lo nos anos seguintes [sempre de longe e
sempre com tempestades de neve atrapalhando]. Corpulento que sempre fora, o mecânico
agora estava mais. O casaco que levara parecia ter os pelos crescidos [até que
obviamente se concluiu que não era o casaco, eram os pelos dele]. Os poucos aldeões
em volta da montanha se queixavam de uma ou outra pobre vaca semidevorada. E
para se consolarem da perda diziam-se que Tafieh conseguira trazer o Iéti para Amhitar,
tornando-se um.
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