A terceira dissidência da sétima
seita da [estranha] crença da civilização Bakhmar
escapou do destino geral das sub-seitas [o esquecimento], e conseguiu tal feito
não através de uma superior teologia ou da eficiência miraculosa de suas orações
mas através de uma caixa. [A prova maior da sobrevivência ao menos histórica de
tal pequena igreja é o fato de que o próprio chefe do governo de ocupação russo
[o General Konstantin Petrovich von Kaufmann e seus bigodes de quase-metro] fez
questão de oficializar hoje em 1870 o dia de sua relembrança.
De fato este grupo religioso não se
destacava por nada a não ser pelo fato de que no centro de seu templo [de resto
um feio prédio quadrado de janelas quadradas] se punha uma caixa. Nela [diziam
os sábios] se encerrava a Sabedoria do Universo, e o fato de que nem mesmo os sábios
se atreviam a levantar a sua tampa informa do respeito [ou temor] que todos lhe
tinham.
Fala-se em mil cento e onze versões
do que haveria dentro, desde uma previsível luz cegante [Deus itself] até uma água que nunca seca,
rosas transparentes e escorpiões [além da inevitável versão cética de que teria
as riquezas acumuladas pelos sacerdotes].
Um iníquo guerreiro invasor [as
versões variando desde um improvável Napoleão até (um tão improvável quanto) Átila]
teria [não sem suma heresia] aberto a caixa. E dentro existiria apenas o vazio.
Tal versão [incensada por alguns]
é compreensivelmente pouco difundida.
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